Consórcio Belo Monte

                                                          NOTA DE REPÚDIO
                                                     

EM NOME DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO DA TRANSAMAZÔNICA E XINGU, DEVIDO A PARALISAÇÃO DOS TRABALHOS DA CONSTRUÇÃO DA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE NO RIO XINGU, POR DECISÃO JUDICIAL.

O Consórcio Belo Monte, representado por seu Presidente ERALDO SORGE SEBASTIÃO PIMENTA, também Prefeito de Uruará, legítimo representante dos poderes executivo, legislativo e sociedade civil organizada dos 11(onze) Municípios que compõem a área de abrangência da Hidrelétrica de Belo Monte, como maior entidade defensora dos interesses da região, do estado do Pará, e principalmente do Brasil, que necessita de energia produzida de forma limpa para dar sustentação ao país,vem a público manifestar repúdio e enorme preocupação, em função da paralisação das obras de construção dessa Hidrelétrica, em cumprimento à decisão judicial do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, com sede em Brasília-DF.

Somos brasileiros, que estávamos esquecidos, que aprendemos a lutar por nossa sobrevivência e pela de outros patriotas que sobrevivem pelo país afora, e não podemos aceitar o que está acontecendo com a paralisação da construção da melhor e maior obra em construção no planeta, onde estão empregadas aproximadamente 20.000 pessoas. Alertamos para as graves consequências que podem advir com a paralisação dessa obra, com o desemprego em massa desse povo que estava praticamente passando fome, da estagnação do processo de desenvolvimento em nível nacional, uma vez que os investimentos, como projetos, programas e investimentos previstos no Plano Básico Ambiental, aprovados pelo IBAMA, que se encontram em execução serão atingidos, sem falar nas condicionantes impostas pelo licenciamento ambiental que estão sendo implantadas com muita responsabilidade no âmbito dos Municípios da área de influência do empreendimento.

Citamos a imprescindível participação da sociedade, como ribeirinhos e índios, na definição e na implantação de políticas públicas, por meio dos investimentos realizados, através do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável da Transamazônica e Xingu, devido à construção de UHE Belo Monte, pois essa paralisação só trará prejuízo, muita insegurança e incertezas para todos, deixando de lado as melhorias da saúde, da educação, da segurança pública, etc. Trazendo com isso, problemas sociais relevantes para os Municípios e região como um todo.

Respeitamos a posição dos membros do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, mas não aceitamos essa decisão imposta, que representa praticamente a insustentabilidade de uma nação comprometida com o desenvolvimento, em que brancos, ribeirinhos, índios e povo em geral, tem experimentado ultimamente a redenção de seus modos de vida, em que uma grande obra como essa tende a reparar tantos danos de outras épocas.

Participamos há muitos anos da discussão desse projeto que consideramos como o melhor e mais limpo do mundo, nos restando lamentar que as diversas consultas públicas com a participação de índios, ribeirinhos e povo em geral, que foram realizadas em diversos Municípios como Altamira, Brasil Novo,Vitória do Xingu, e em Belém – Capital do Estado, para acontecer a construção da Hidrelétrica de Belo Monte, sejam banalizadas, como se não tivéssemos voz, como se os índios e povo brasileiro tivesse que calar diante de tantas mentiras e injustiças.

Ouçam nossos sentimentos, clamor e vozes, vamos juntos encontrar alternativas e reparar os problemas, não deixando que atitudes como essa decisão de suspensão das obras, traga um caos social, prejudicando toda uma região, um estado e um país.

 

Atenciosamente,

ERALDO SORGE SEBASTIÃO PIMENTA

Presidente da Associação dos Municípios do Consórcio Belo Monte

DINO GETULIO BARILE FILHO

Secretário Executivo